segunda-feira, 24 de março de 2014

Resenha: Death Proof Hardcore – Protesto do Inferno

Oriundos de Indaiatuba, interior de São Paulo, Adolfo (Vocais), Diogo (Guitar), Guilão (Baixo) e Monstro (Bateria), formam a banda Death Proof Hardcore. Influenciados pelo Punk Rock até o Hardcore mais rápidos, o quarteto lançou em maio de 2013 o petardo “Protesto do Inferno”.

Capa Protesto do Inferno - Death Proof Hardcore
Com 4 músicas e um pouco mais de 10 minutos os caras apresentam um Hardcore Punk  de voz grossa, letras criticas e direto ao assunto. Logo de cara já mandam a música “Protesto do Inferno”, com uma pegada mais cadenciada e alguns versos que valem ser citados “Venham pra cima / Não tenho medo de apanhar / É sangue contra sangue / Vamos ver no que vai dar”, essa música em geral me lembrou os protestos de 2013. Muita gente na rua, mas pouca atitude e poucos discursos articulados. Sem contar na ação direta sendo noticiado pelos meios de comunicação como apenas um ato de vandalismo. E o povo sendo uma massa de manobra. Dentro deste contexto, me parece que o refrão se encaixa muito bem “Mortos famintos / Parados na beira da pista / Protesto do inferno / Por um mundo mais capitalista”. Logo em seguida vem “Sociedade Equivocada” com uma pegada mais rápida e a letra fácil de compreender. Letra esta que vale posta-la na integra, segue:

Não me diga o que fazer
Não, não tente entender
E não pense em insistir
Meus caminhos já escolhi
Sociedade equivocada
Representação de nada
Que a política do Brasil
Vai pra puta que pariu
Vai pra puta que pariu
Vagabundos dão risada
Pedem imposto e não fazem nada
Pela fome nada
E a miséria nada
Passam o ano todo             
Só dando risada
Pela fome nada
E a miséria nada
Passam o ano todo
Só dando...
Todo o meu trabalho
Meu dinheiro suado
Pagam suas contas
Compram os seus carros,
Suas motos, iates e suas vadias.
Eleições no Brasil
Não voto nunca mais”.
(Sociedade Equivocada – Death Proof Hardcore)

Ao ver uma letra desta eu não consigo pensar em mais nada a não ser na falta de representatividade do nosso sistema político, onde poucos têm o poder de decisão sobre muitos e estes desconhecem a realidade da maioria. Vem mandato e vai mandato e nenhuma mudança drástica é feita.

“Fingir Acreditar” parece ser a continuação de “Sociedade Equivocadas”, continuando o assunto da falta de representatividade de nosso modelo eleitoral, mas nessa, com uma ótica mais nas mentiras que os candidatos proclamam pra tentar angariar nossos votos.

E a ultima “Sempre Escravos” é a finalização do assunto. Sabemos que estamos sendo enganados, mas nos convenceram a consentir, “Hoje as correntes / Não estão mais em nossas mãos / Acreditamos / Que não estamos na prisão / Acomodados / Nos convenceram a consentir / Sempre escravos / Acostumados a servir”

Protesto do Inferno é EP digno de estar sempre em nossa playlist do dia-a-dia, recomendável a todos fãs do estilo. E Death Proof Hardcore prova que o Hardcore também vive no interior.



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