sexta-feira, 30 de maio de 2014

Resenha: Chained Down – Crossroads

Apesar de o punk estar associado, para a maioria das pessoas, ao aspecto “sujo”, bêbado, drogado, sem banho. Há o lado face limpa, chamado de Straight Edge. Iniciado com bandas como Teen Idles, Minor Threat, SDD e depois ganhado impulso com as bandas Youth Crew, o estilo permanece vivo e, diga-se de passagem, ainda mais forte. Chained Down é uma das bandas que ajuda o estilo se perpetuar. De Salt Lake City, (Utah/EUA) apresentam em 2014 o EP “Crossroads”.

Abrindo o disco com força total, “Doubt” tem tudo o que o estilo demanda. Guitarras pesadas, bateria rápida, baixo distorcido, vocal gritado, paradas, breakdown e tudo o mais.

“Sham Life” começa rápida e sem introdução, com o vocalista já mandando o verbo. “Sell me out/Just to get ahead/You're just as real/As the words you said/Trying to please everyone you meet/I'm not going to fall/For your deceit/Going on about your so called life/You can't fool me/I know what's right/The time will come/When you will see/You're living a sham/And the truth will set you free/Set you free”. E no meio da faixa há as famosas pausas para o 2step que os amantes do gênero tanto amam.

A guitarra em cavalgada chama a faixa “Impact”. Com uma pegada até meio Thrash Metal a musica tem grandes chances de ser o destaque do disco. Não só pelo som, mas pela letra:

“I want to thank
Everyone I know
For leading me down
This new found road
Every step I've made
Every move I make
Has made me who I am today

I am where I am
Because of the ones
Who gave me a chance

Take a step
A leap of faith
You'll never catch what you don't chase
Take a step
Set a pace
You'll never catch what you don't chase

I am where I am
Because of the ones
Who gave me a chance

This one goes to everyone who's helped me along the way
No matter how big or small
Impact is impact
And everything I've done has led me to where I am

Keep it real
Bust it”

“Vile” é introduzida pelo contra baixo, logo dá espaço para todo o instrumental, para depois retornar a ser o coadjuvante dando tom para o vocal. Esta faixa tem uma pegada mais lenta que as demais do disco, mas não por isso se torna menos legal, tendo seu valor para o registro.

Emendada com “Vile”, “Identity”, é introduzida por um baixo rápido, sendo seguido da mesma forma pela guitarra e bateria. A faixa só dá uma parada para um refrão e um breakdown. Outro fato que destaca “Identity” é a letra antidrogas e siga de cara limpa:

“I live my life
Day by day
Always focused
Always straight
I'll never falter
I'll never stray
I'll live my life
The straight edge way

Drug free
For me

No temptations
None for me
I'm set apart from society
Who I am is who I'll be
Straight edge is part of my identity

Who I am is who I'll be
Straight edge is part of my identity

I live my life
Day by day
Always focused
Always straight
I'll never falter
I'll never stray
I'll live my life
The straight edge way”

Na pegada rápida vem “Strenght Within”, com outra boa letra:

“Times have changed
And it's gotten rough
It's easy to say
"I've had enough"
Hold strong
Be true
Don't let times get to you
Don't look down
Keep your head up high
Don't give in
Just try
Focus on how to thrive
Focus on how to survive
How to survive

Don't make excuses
Make corrections
The power to change
Lies with the strength within
Holding strong and being true
Provides the power of the strength within

Strength Within”

Continuando a pedrada “Set Aside” vem com a guitarra dando o tom, mas em pouquíssimo tempo já vem o conjunto inteiro. Legal quando fica só a bateria e vocal. Mais uma faixa boa e que você por horas se pega cantando junto. E o melhor, no final tem coro, o que nos ajuda a decorar as letras. “Set aside/Our differences/We're all in this together/Hardcore lives/Wave your colors/Be who you are in inside/Show me some more of that/Hardcore pride”

E para fechar com chave de ouro, “Held back” vem rápida e com direito a todos os artifícios do gênero, 2 step, breakdown, bateria rápida, coro e etc.

Conclusão. 8 faixas, 13 minutos de puro Hardcore. Letras ótimas, com pegada de Positive Hardcore. Disco pra se escutar a qualquer hora do dia.

Banda: Chained Down
Disco: Crossroads
Ano: 2014
Tempo: 13:03 min.
Faixas
      1.       Doubt
      2.       Sham Life
      3.       Impact
      4.       Vile
      5.       Identity
      6.       Strenght Whitim
      7.       Set Aside
      8.       Held Back

Streaming e download: http://chaineddown.bandcamp.com/


terça-feira, 27 de maio de 2014

Resenha: Maladjusted – Death is the Only Relief

É impressionante como a musica se renova a cada geração, a cada gênero musical, a cada lugar. E no Punk não é diferente, inúmeras bandas aparecem com sons totalmente novos. Maladjusted (Los Angeles, California/EUA) é uma que se encaixa nessa categoria. Tendo como proposta o Powerviolence, eles lançam o EP “Death is the Only Relief”.

Abrindo o disco com velocidade total vem “Nausea”. Musica curta, baixo distorcido, letra curta. Mostra bem o que nos espera pelo resto do disco. Logo emendada vem “Submission”, entrada bem cadenciada, mas que logo dá lugar a velocidade e vocal gritado, onde os vocais se revezam, horas voz feminina, horas voz masculina; instrumental pesado e bem sujo permeia a musica toda.

“First Stone” começa com um narrador e guitarras em interferência. Ao término do narrador a vocalista começa “why do we have to ask you to be fair/to keep jobs/to make ends meet/all while hidden/turned away senseless abuse/all for your god/fuck your righteous home/your put on happiness/fuck your spiteful ignorance/our right to choose/our right to fucking choose”. Som muito pesado este, que pode ser eleito facilmente com melhor do disco. A quarta faixa “Drained” vem emendado com velocidade total, só cadenciando entre um riff e outro, dando um tom sludge e obscuro à composição.

Em seguida vem a faixa mais curta do disco “Loathing”, com apenas 28 segundos, mas o que mesmo assim, não a torna dispensável. Violência em voga esses 28 segundos do começo ao fim.

“Prey” começa tudo junto, guitarra, baixo, bateria e vocal. Continuando com a velocidade que o gênero demanda. A letra desta musica vem para nos alertar sobre o que acontece com o que comemos (animais), segue a letra:

“fight or flight all your life
prey from the start
glutted breath measured age
stagnant life exploited being
conscious of all they’re feeling no remorse
constant screaming
who not what
every cage every means to enslave
every animal sent to their grave
one final breath
they all died slow”

E “Humyn” é introduzida por um baixo bem lento, logo em sequência vem a bateria e o vocal declarando: “mothers daughters/fed to the wolves/sons forgotten/fed to the wolves/behind the lights behind the lies/sex rape murder hide/fed to the wolves”. A faixa é quase como uma introdução a “Six Shots”, que começa com velocidade, sendo uma das melhores faixas do disco.

O disco trás um powerviolence, mas com bastantes passagens sludges, som violento e obscuro ao mesmo tempo, encaixando perfeitamente com as letras. Um disco bem coerente, indispensável tanto na biblioteca virtual quanto na coleção de discos da prateleira.

Banda: Maladjusted
Disco: Death is the Only Relief
Ano: 2014
Tempo: 09:01 min.
Faixas
      1.       Nausea
      2.       Submission
      3.       First Stoned
      4.       Drained
      5.       Loathing
      6.       Prey
      7.       Humyn
      8.       Six Shots

Streaming e download: http://maladjustedhc.bandcamp.com/




quarta-feira, 21 de maio de 2014

Evento: Punch em Mogi-Mirin


Último show da tour do Punch!

Coletivo Insurgência Ativa apresenta:

Punch (San Francisco/CA - EUA)
http://punchcrew.bandcamp.com/

Urutu (SP)
http://urutu.bandcamp.com/

Ritorsione (Uberlândia/MG)
http://ritorsione.bandcamp.com/

Makumbah (Leme/SP)
http://makumbah.bandcamp.com/

08 de Junho | Domingo | 16:20h

+ Venda de material independente (camiseta, vinil, cd, patch, bottom, etc.)
+ Venda de comida vegana
+ Discotecagem no vinil

Entrada: 
$10 - antecipado (em breve sai os pontos de venda)
$15 - no dia

Local do show: 
Bar do Juca | Av. Padre João Vieira Ramalho, 325 Mirante, Zona Leste | Mogi Mirim/SP

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Mosh no Mato em Araras


Mosh no Mato

Dia 24 de Maio em Araras!

Sabadão de muito punk, metal, catira e ideia forte no Calçadão!

Com a caboclada do 
Ação Tóxica (Porto Ferreira), 
Hippies not Dead (São Carlos), 
Garrafa Vazia (Rio Claro), 
Jamblabers (Araras) e 
ATX (Araras). 

Horário: 15h00 as 22h00
Local: Calçadão Monsenhor Quércia (Rua Júlio Mesquita, 400)
Centro - Araras / SP


H.B.F.L. apresenta Metal Fest em Leme/SP


H.B.F.L. apresenta METAL FEST

31 de maio 2014 - Sábado - 16:30h

Entrada: R$ 10,00

Local: Kaiowas MC
Av. 29 de Agosto, 1259 
Centro - Leme/SP

Bandas

Gammoth - Death Metal (Leme)

Desdominus - Death Black (Americana)

Devil on Earth - Speed Thrash (Barra Bonita)

Carniceiro - Metal Vira-Lata (Rio Claro)

*Sorteio de uma tatuagem de 1 Sessão no Renato Tattoo Studio.

Facebook: https://www.facebook.com/events/1411759155758290/?ref=2&ref_dashboard_filter=upcoming

sábado, 17 de maio de 2014

Informe-se: Making the Connection

Para cumprir o papel social de um blog voltado para a cultura punk, decidi trazer um pequeno documentário sobre vegetarianismo, chamado “Making the Connection”.

“Making the Connection” ou, “Fazendo a Conexão” é um pequeno documentário produzido pela Environment Films em associação com a Vegan Society. Eles trazem diferentes temas que geram dúvidas quando o assunto é uma dieta que não utiliza nada de origem animal, como por exemplo: paladar, prática de esportes, saúde, crianças, meio ambiente, produção orgânica de vegetais, crueldade no abate de animais e etc.

Não busco esgotar o tema, prefiro que vocês assistam ao vídeo, então apenas, transcrevo abaixo algumas das falas presentes nele.

“As pessoas geralmente pensam que ser vegano significa não saborear a comida. Eu gosto de mostrar a elas o quão errado é essa ideia”.
Daniel Mongraw
Chef, Saf Restaurant

“Treinar para uma maratona não é apenas correr distâncias intermináveis. Tem a ver com velocidade e resistência ao mesmo tempo. Você tem que ser rápido por uma grande distancia. Cada um é diferente, mas eu faço até 160 km por semana. Eu tenho 100% de confiança na minha dieta para tudo que eu preciso realizar bem. Não creio que comer carne me ajudaria a ter um melhor desempenho. Eu corri 22 maratonas e sempre corri bem. As pessoas ficam surpresas com o que posso fazer com uma dieta vegana. Eles me perguntam por que eu sou vegana. Eu lhes pergunto por que não são veganas – afinal, eu venci!”.
Fiona Oakes
Atleta

“Eu trabalho no Sistema Nacional de Saúde há mais de 15 anos. Atendo pacientes acima do peso ou que tem doenças cardíacas ou hipertensão. Eu lhes conto todas as comidas vegetais que eles podem comer para ficarem mais saudáveis [...] O departamento de saúde recomenda uma dieta mais baseada em vegetais, com pelo menos 5 porções de frutas e legumes por dia. Onívoros podem estar com carência de vitaminas e minerais e mal nutridas em geral. Olhe toda a obesidade e todas as fast foods que veganos nunca comeriam. Estudos mostram que veganos tem menos doenças cardíacas, diabetes tipo 2 e hipertenção”.
Sandia Hood
NHS Dietician

“Amamentar não foi fácil e me fez respeitar outros animais ainda mais. Eu não quero tirar o leite de outros animais. O leite deles é para seus filhotes, assim como o meu é para meu bebê. Parece errado adultos de outra espécie consumir leite que não é para eles”.
Hester Campbell
Instrutora Fitness

“As pessoas deveriam ser informadas sobre o impacto ambiental da dieta ocidental [...] muitas agora estão olhando para o impacto da agropecuária industrializada. Nós simplesmente não podemos manter uma dieta no estilo ocidental. A estimativa é que a população humana cresça de 6,7 bi para 9 bilhóes de pessoas até 2050. Mesmo para que possamos viver com uma dieta no estilo ocidental atualmente, precisaríamos de três planetas do tamanha da Terra para nos sustentar.. Uma dieta vegana precisa de apenas 1/3 de água e terra que uma dieta animal, porque animais de criação ingerem muito mais proteína que eles produzem [...] Mais água e terras são necessárias para produzir comida para o gado, por exemplo. Isto leva ao desmatamento, escassez de água e erosão do solo [...] Precisamos de maneiras que desperdicem menos e com menos impacto no ambiente e nos recursos”.
Kerry McCarthy
Membro do Parlamento

“Nosso pensamento sobre animais não humanos é muito confuso. As pessoas que escolhem um estilo de vida baseado em plantas e livre de crueldade ficam perplexas de o porquê das outras pessoas não terem feito a conexão. Muitos de nós vivemos com animais de companhia como cachorros, gatos e coelhos. Eles compartilham nossos lares como membros da família. Nós sofremos quando eles morrem. E ainda assim matamos e comemos animais que não são realmente diferentes daqueles que amamos. Isso é conhecido como especismo – preconceito contra membros de espécie diferentes”.
Benjamin Zephaniah
Autor e Poeta

Making the Connection – 31:38 min

Environment Films e Vegan Society

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Resenha: Nébula – Demo 2013

Desde os primórdios o rock é provocativo, nomes como Elvis, Bob Dylan, Eric Clapton, só pra citar os mais famosos e ainda tranquilos se considerarmos as bandas que temos hoje. E Nébula é uma das bandas mais provocativas que eu escutei nos últimos tempos. De Sorocaba, interior de São Paulo, Laura (vocal), Grings (guitarra), Douglas (baixo), Secão (bateria), fazem uma som sujo, mas com algumas melodias com uma pegada sludge, vocais bem gritados e letras curtas. E em 2013 liberaram sua Demo para audição e download.

“Karma Social” abre o disco com uma pegada mais cadenciada, mas quando Laura começa a cantar os primeiros versos fica mais rápida e com algumas melodias obscuras. A letra de “Karma Social” também merece destaque. A letra fala sobre a rotina das pessoas, principalmente das mulheres, onde, abandonam emprego e uma vida social para ser dona de casa e ter isso como o principal objetivo de vida. “Dizer ser livre é simples/Você se acostumou com essa vida regrada/Lave, passe, cozinhe!/Sua vida é cuidar de outras vidas/Trabalho árduo/constante e difícil/Que nunca é reconhecido/Remuneração não existe/Você nasceu pra criar filhos”.

Em seguida vem “Vida de Mentira” com velocidade e melodia, mas ainda na mesma pegada obscura, que percorre por todo o disco na verdade. O refrão em coro destacam os dizeres “Vida de Mentira, Ilusão!”. Assim como a antecessora, esta faixa também tem uma excelente letra. Bem direta ao assunto, “Construindo a sua imagem/Baseado em possuir/Escravizado pelo ter/Esquecendo-se de ser/Vida de mentira, Ilusão!”. Outra coisa que merece ser mencionado é que a letra associada aos gritos e a atmosfera da música também contribuíram bastante para o diferencial desta faixa.

“Reza” começa com o baixo dando o tom da música, até a entrada da bateria. Com isso a musica ganha muita velocidade, que perdura por quase toda a musica, somente cessando no final onde os berros dão espaço aos versos "Óh deus da miséria, das diferenças, das guerras e da fome/Quantas atrocidades, destruições e mortes em vosso nome/Mentiras que nos trouxe, regresso, culpas e vergonha/E que até hoje controla mentes, as julga e amaldiçoa/Declaro a ti todo meu ódio/Cuspo em seu trono edificado com sangue/Eu te renego e te contradigo/Maldito seja, maldito seja" sendo apenas falados. O trunfo desta banda é exatamente isso, nenhuma musica é tão parecida com a outra, é sempre uma montagem diferente a cada faixa.

Sendo a faixa mais curta do disco (1:20min.) “Apenas Mais Um” chega com a guitarra veloz e continua com todos os instrumentos acompanhando e segue assim por toda a ela até seu fim. E como todas as outras musicas do disco, está também leva uma ótima letra. “A democracia é uma mentira/Não temos voz/Leis que beneficiam os ricos/Não servem pra nós/Eles sempre vão ter/Nós iremos ser/Apenas mais um/Apenas mais um”.

E para fechar o disco com velocidade “Cães da Burguesia”. Em minha opinião umas das melhores faixas do disco, tanto musicalmente como liricamente. Não dá nem pra falar muito sobre a faixa, é escutar mesmo pra crer.

“Usam da impunidade
Espalham o terror
Cometem atrocidades
Em nome da ordem

Fora da lei
Abençoados pelo estado
Assassinos
Institucionalizados

Em favor da burguesia
cães ferozes e cegos
atacam com selvageria
quem deveriam proteger

Não aceitam ser questionados
Agem acima da razão
O longo braço do estado
Invade sua alma”

Eu tenho que confessar uma coisa, eu já tinha visto este disco a um bom tempo antes. Mas escutado a primeira vez, não tinha me identificado com ele, no dia que escutei, não gostei, torci o nariz. Bobagem a minha. Resolvi dar uma segunda chance, e hoje é um dos discos que mais escuto. Por tanto, lição de moral, sempre deem uma segunda chance, vocês podem passar a admirar aquilo que odiou um dia.

Deixando de confissões e voltando ao assunto em questão. Nébula conseguiu fazer uma demo com 5 musicas, onde todas são relevantes, todas tento ótimas letras, e todas com algum diferencial, nenhuma sendo a cópia da outra. Parabéns e espero que saia algo novo logo.

Banda: Nébula
Disco: Demo 2013
Ano: 2013
Tempo: 12:37 min.
Faixas
          1. Karma Social
          2. Vida de Mentira
          3. Reza
          4. Apenas Mais Um
          5. Cães da Burguesia

Streaming e download: nebulapk.bandcamp.com


terça-feira, 13 de maio de 2014

Resenha: Krampus – Krampus

Engraçado como a mídia nos engana e faz do nosso mundo, aparentemente mais bonito. Desde criança ouvimos história daquele bom e gentil velhinho que nos dá presentes todos os Natais. Contam-nos que as crianças más não têm esse direito. Mas não contam a verdade sobre o que acontece com elas e nem quem vem presentea-las. E a verdade é trazida a tona por este que vos escreve. Krampus as trás presentes. Para quem não sabe quem é Krampus segue abaixo a pesquisa realizada no Wikipedia:

“Krampus é uma criatura mitológica que acompanha São Nicolau durante a época do Natal, segundo lendas de várias regiões do mundo. A palavra Krampus vem de Krampen, palavra para "garra" do alto alemão antigo. Nos Alpes, Krampus é representado por uma criatura semelhante a um demônio. Enquanto Papai Noel dá presentes para as crianças boas, o Krampus avisa e pune as más crianças. Tradicionalmente, rapazes se vestem de Krampus nas duas primeiras semanas de dezembro, particularmente no anoitecer de 5 de dezembro, e vagam pelas ruas assustando crianças e mulheres com correntes e sinos enferrujados. Em algumas áreas rurais, a tradição também inclui surras aplicadas pelo Krampus, especialmente em garotas.”
Wikipédia

Apresentado o demônio às crianças chega a hora de falar de Krampus, banda de Raw Black Metal de Carapicuíba/SP. Com uma pegada ainda de Crusty e Grindcore lançaram sua Demo autointitulada em 2014, com apenas duas faixas.

Começando por “As the Sky Turns Black”. Entrando sem frescuras e com atmosfera obscura, a faixa segue com velocidade até seu fim. Grande destaque para sua letra, conteúdo muito político, controverso para aqueles que Black Metal é só anti-religião, ocultismo, satanismo, e etc. Segue:

“Swallow your pride
irrational nationalism
Satan will devour
his Christian conservatism

As the sky turns black
masked warriors to overthrow
his country, his government
the hatred will reign

Swallow your pride
irrational nationalism
Satan will devour
his Christian conservatism

As the sky turns black
masked warriors to overthrow
his country, his government
the hatred will reign”

E já terminando o disco “Infernal hails from the land of damned” inicia com o baixo, e logo quando entra a bateria aparece um belo de um urro (puta susto cara). Um urro mais alto que o instrumental e a musica continua com velocidade e som cru até seu fim.

Disco curto, mas bem legal, principalmente para os fãs de som sujo, cru e tom obscuro.

Banda: Krampus
Disco: Krampus
Ano: 2014
Tempo: 03:30 min.
Faixas
         1.       As the Sky Turns Black
         2.       Infernal Hails From the Land of Damned

Streaming e download: krampusrawblackmetal.bandcamp.com

domingo, 11 de maio de 2014

Resenha: Apoyo Mutuo – La Unión nos Hace Fuertes

Eu nem sei quando foi a primeira vez que uma mulher pegou o microfone para cantar Hardcore, mas sei que é uma coisa que chama muita a atenção e hoje lhes apresento uma banda de Hardcore com pegada N.Y. com boas pitadas de metal, Apoyo Mutuo. Situada em Madrid (Espanha), iniciaram suas atividades em Setembro de 2012, lançaram seu primeiro E.P. intitulado “La Unión nos Hace Fuertes” em Fevereiro de 2013. E é deste E.P. que vamos falar hoje.

Abrindo o disco com a música que leva o mesmo nome da banda “Apoyo Mutuo” logo vemos similaridade com a escola NY de HC, com riff marcante e coro gritando “Madriz Hardcore”. Refrão muito foda, passagens com mais pegada Metal, mas nada com muita frescura, pois esta não é essência do HC. Sendo a única faixa com letra em espanhol, esta se destaca muito (gosto muito do sotaque espanhol no hardcore), segue letra abaixo.

“Apoyo mutuo, dos cero uno tres, Madriz hardcore.

Amamos esta vida, apoyamos nuestra escena,
no es ninguna mentira.
Dejemos las diferencias de lado,
estamos aquí por la misma causa.

Hartos de tanta mierda,
de mentiras y de corrupción.
Juntemos nuestras manos,
llegó la hora de nuestra revolución.

Violencia en nuestros bailes,
fuerza, rabia, lucha, unión y diversión (x2)

Apoyo mutuo, Madriz Hardcore.

Amamos esta vida, apoyamos nuestra escena,
no es ninguna mentira.
Dejemos las diferencias de lado,
estamos aquí por la misma causa.

Hartos de tanta mierda,
de mentiras y de corrupción.
Juntemos nuestras manos,
llegó la hora de nuestra revolución.

Violencia en nuestros bailes,
fuerza, rabia, lucha, unión y diversión (x2)

Apoyo mutuo, Madriz Hardcore.

La unión nos hace fuertes, invencibles,
unidos nadie podrá pararnos,
seguiremos hasta el final
hasta conseguir nuestro ideal, nuestro ideal.

La unión nos hace fuertes
seguiremos hasta el final.
La unión nos hace fuertes
hasta conseguir nuestro ideal (x2)”

A faixa seguinte (“Turn this shit into gold”) é o baixo que chama o resto dos instrumentos e esta se mostra mais veloz, apenas dando umas paradas no refrão pra destacar os versos “Government, pollution. Sickness, poverty” e “Dollars and corruption. Politicians are shit”. E somente no final a composição fica cadenceada quase como um breakdown.

“My think, my rules” começa mais cadenciada (mas isso não faz dela menos violenta), só muda esse cenário lá pela terceira estrofe onde só da licença para um breakdown questionando “Have you thought on this someday?/Are you praying for your life?”, mas logo volta com velocidade e a musica termina em um breakdown mais poderoso que o outro. Faixa muito bem trabalhada.

“Family ins't About Blood” tem uma letra mais curta que as outras do E.P. e celebra a amizade. E esta começa rápida, sem firulas, cantando rapidamente os duas primeiras estrofes, somente dando licença para um refrão mais pesado, mas logo retornando com velocidade, terminando em coro gritando “Family ins’t About Blood”.

A quinta faixa “A.C.A.B.” tem uma pegada mais old scholl, com bateria mais rápida, e refrão totalmente em acordes. Só muda no final, terminando novamente em um break fulminante, declarando “All cops are bastard”. Faixa que fará você socar o ar sem sobra de dúvidas.

E finalizando o disco “Jealous” começando com uma pegada mais Thrash Metal, mas logo intercalando com passagens mais N.Y.H.C. terminando o disco com grande classe.

“La Unión nos Hace Fuertes” é um E.P. que merece listar em qualquer lista de melhores do ano, ainda mais por se tratar de uma banda novíssima. Um bom trabalho intercalando partes cadenciadas, com partes rápidas, partes metal, partes hardcore. Minha vontade é destacar todas as faixas, mas, a que mais me chamou a atenção foi a “Apoyo Mutuo”. O grupo poderia apostar mais em letras em sua língua de origem.

Streaming e download: http://xapoyoxmutuox.bandcamp.com/

sábado, 10 de maio de 2014

Evento: Udigrudi Indie - Leme/SP


Vida ao Nada & Síndrome do Caos Apresenta:

UDIGRUDI INDIE

Show com as bandas:

Fungi (Leme)
Estação de Energia (Porto Ferreira)
Melindra! (Porto Ferreira)
StatusCore (Araras)

Dia 18 de Maio as 15 horas

Local: Bar do Gasolina
Av. Berta Buhrheim, S/N - Leme/SP

Discotecagem Underground - DJ Joey

Entrada Solidária: 1 kg de Ração para Cães

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Resenha: Catholic Youth – Punk é Destruição

Existem coisas que você só conhece entrando a fundo nos porões deste vasto Brasil. E nestas andanças minha por este imensurável universo me deparei com a Catholic Youth (Punk/Hardcore/Crusty). Instalados em Salvador (CE) o grupo tem no currículo dois E.P., fazendo um som extremamente rápido e com músicas curtíssimas, de no máximo 1 minuto. Este ano (2014) estes lançaram seu segundo E.P. intitulado “Punk é Destruição”.

É até difícil fazer uma resenha de um disco assim, 10 faixas e uma totalidade de 7 minutos o disco todo. Não há muito o que falar, o negócio é tacar no player e ficar doido.

Logo de cara “No Shower”, extremamente rápida vem pra justificar: “no shower for me and you/ no shower I have better things to do/ no shower I live my life dirt and rotten/ no shower it´s a way of life!! no shower”. “TV is a Crap” vem para colocar um dedo na ferida no Sistema Televisivo Brasileiro. “TPM” é o desabafo da parte feminina da banda. “Be a Feminist Man” toca em um assunto mais sério, o feminismo. Lembrando a todos os marmanjos que feminismo não é só para mulheres, e não é um movimento de lésbicas que odeiam homens, existe uma luta muito maior envolvida, sugiro, para quem tem esse tipo de mentalidade, um pouco mais de pesquisa. “Senseless” vem e vai extremamente rápida, apenas 14 segundinhos. Assim como “Be a Feminist Man”, “Pro-life Sucks” toca em um assunto mais sério, o aborto. “my body, my mind/ pro-life sucks, pro-life sucks/ my utero, my rights/ pro-life sucks, pro-life sucks/ can you understand my abortion?!/ pro-life sucks, pro-life sucks/ this is about my options!!/ pro-life sucks, pro-life sucks”. “We’re positive people” e “Eu sou isso” vem pra fechar a parte de composições próprias.

Fechando o disco a banda preparou uma versão, até um pouco inusitada, da música “One way or another” da banda Blondie e uma versão de “Attitude” do Bad Brains.

Disco extremamente rápido tocando em assuntos polêmicos aqui e ali. Lançamento de qualidade. Um disco que, para você que gosta de barulhos, demorará a enjoar.

Streaming e Download: http://catholicyouth.bandcamp.com/


*Obs: Aproveitem e escutem também a demo no bandcamp.

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Resenha: Proletariat Youth – Chin Check

Desde seu nascimento, o punk sempre teve muito haver com as reivindicações dos operários fabris, também conhecidos como proletários e também com a juventude, muitos garotos do cenário punk/hardcore montaram sua primeira banda com 15, 16, 17 anos. Proletariat Youth é o resultado moderno destas duas vertentes que foram influência para as bandas Old Schools do gênero. Seguindo a ética Straight Edge/Vegan e influenciados pelo hardcore Youth Crew, estes norte-americanos (de Riverside, California) lançou em Março de 2014 o EP “Chin Check”.

Logo de cara com “Her” temos uma musica extremamente rápida, com direito a coro e breakdown, uma letra mais longa que o geral encontrado no gênero, mas, sem encher demais a paciência do ouvinte. Seguindo no mesmo tom vem “True ‘Till College”. “New Trend” começa mais cadenciada sendo introduzida apenas por baixo e bateria, lembrando bem mais o estilo Straight Edge de tocar, inclusive pelo couro antecedendo os versos mais rápidos da música. Logo após vem a música que dá o nome ao E.P. “Chin Check”, e o que tenho a dizer dela é que a bateria come solta a musica toda, exceto pelo final mais cadenciado com direito a coro. “Get Over it” começa totalmente sem frescuras, sem tempo para introdução e termina em um 2-Step nervoso. E fechando o disco “No Words” me deixou sem palavras (desculpem a piadinha infame), a melhor do disco.

Com 6 músicas e 11 minutos, Proletariat Youth, cumpriu seu papel, tem tudo para se consolidar no cenário hardcore.

Streaming e download: http://xproyouthx.bandcamp.com/
Instagram: @xproyouthx
Tumblr: xproyouthx.tumblr.com
Twitter: @XProYouthX



Resenha: Strong Minds – Demo

O que são as adversidades da vida para quem tem uma mente forte? É com essa prerrogativa que Emerson (vocal), Afonso (guitar), Rodrigo (guitar), Androide (bass) e Rafael (drums) formam o Strong Minds. Oriundos de São Paulo esses rapazes fazem um hardcore punk influenciado pela Youth Crew. E é em 2014 que estes lançam sua primeira Demo.

Abrindo o disco com uma “Intro” poderosa, logo dá espaço para a rápida “Take Control” trazendo em sua letra “Control yourself, control your life/Control each step, control your mind/Is never too late to take control /and stop living these lies!”. Continuando na velocidade temos “Losing your Life”. Sua letra merece muita atenção, segue ela:

“Wasting your time
Believing in their lies
and losing your life
my patience are running out
telling to you for wake up and live!
Under control, like a fucking toy
consumed by the media
with no reaction

If you want live like this
I feel sorry for you
when you decide to live
may be too late!
Awake up, I’ll not say again!”

“My choice” é a ode ao Straight Edge lifestile, e é impossível não cantar o refrão junto “STRAIGHT EDGE/This is my choice/I’ll always be true”. “Together” vem pra declarer o tão falado chavão “TOGETHER/ we are stronger/ TOGETHER/ we will win”, e não é por isso que se torna dispensável. E terminando, “Strong Minds”, fechando o disco com “I have a strong mind and I believe in me!”


terça-feira, 6 de maio de 2014

Resenha: Violent Stomp – Demo 2014

Acho que nunca em tanto tempo de história o Straight Edge foi tão difundido por estes lados. Hoje venho apresentar mais um lançamento, a Demo 2014 da banda Violent Stomp. Formada por Lucas (vocal), Vinicius (bass), Marcos (guitar), Rodrigo (guitar) e Daniel (drums).

Musicas curtas, vocal gritado e ritmo geralmente cadenciado eles apresentam 6 sons de muita qualidade.

“Intro/Slam Stomper” abrindo o disco com samples de musicas ligados como se fosse uma rádio e depois o baixo dando o tom da musica terminando com os dizeres “violent stomp/what you gonna do?”. Logo em seguida vem “Can’t Bring us Down” colocando um pouco mais de velocidade na coisa. “Out of time” nos trás:

“we are subjected day by day to live like robots
feeding the machine that moves the society
they want to impose how I should think and how I should act
you can't change my mind
‘cause for me i know what’s right
no one can tell me what to do
and i won't be part of this shit

i’m sick of play this game
and follow all these fucking rules
I will live my life of my way
i'm running out of time”

“Face Reality” vem com uma pegada mais cadenceada mas logo depois adiciona velocidade à musica até o fim. Logo em seguida vem “Brotherhood”, que em minha opinião a melhor do disco, puxando em tom rápido “another year hás passed/and we still stick together/marked on my skin”. “Violent Stomp” conta com a participação de Max (Sentenced).

ABC Paulista está muito bem representado.

Streaming e download: http://violentstomp.bandcamp.com/